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Djokovic desiste do Paris Masters 2025; futuro no tênis em dúvida

Djokovic desiste do Paris Masters 2025; futuro no tênis em dúvida
Higor Henrique 2 Comentários 28 outubro 2025

Novak Djokovic, o tenista sérvio de 38 anos e detentor de 24 títulos do Grand Slam, anunciou na terça-feira, 21 de outubro de 2025, que não competirá no Rolex Paris MastersLa Défense Arena — o primeiro ano da prova em seu novo lar, após décadas no Accor Arena. Em um post nas redes sociais, ele escreveu: "Querida Paris, infelizmente não competirei neste ano. Tenho memórias incríveis e grandes conquistas aqui, especialmente com meus sete títulos. Espero ver vocês no ano que vem. Merci 🙏". A decisão, embora esperada por muitos, abala o cenário do tênis no momento mais decisivo da temporada.

Um fim de temporada em crise

Djokovic chegou ao Paris Masters com o pé esquerdo. Na semana anterior, se aposentou durante o tiebreak do primeiro set contra Taylor Fritz no Six Kings Slam, em Riad. Antes disso, havia sido derrotado por Jannik Sinner em straight sets no US Open e, mais recentemente, perdeu para o francês Valentin Vacherot nas semifinais do Shanghai Masters, com o placar de 6-3, 6-4 — e tudo isso com uma dor na anca que ele mesmo admitiu ter limitado seu movimento. A lesão, que já o afetou em outros torneios este ano, parece ter se agravado. "Não posso correr o risco de piorar algo que pode me tirar de tudo por meses", disse ele em entrevista privada a um jornalista da Le Monde.

Recordes que não se apagam — e um futuro incerto

Apesar da ausência, Djokovic já havia garantido sua vaga na Nitto ATP FinalsTurim — sua 18ª participação, empatando com Roger Federer. Mas agora, a dúvida é se ele vai mesmo disputar o evento final da temporada. "Após Xangai, o único torneio que sei que vou jogar é o de Atenas. Depois, vamos ver", disse ele em outubro. Agora, com o Paris Masters fora do calendário, Turim parece cada vez mais distante. Se ele desistir, será a primeira vez desde 2007 que não encerra a temporada no top 8.

Quem aproveita a vaga?

A vaga de Djokovic foi imediatamente preenchida por Benjamin Bonzi, o tenista francês de 27 anos, 58º no ranking ATP. Para a torcida local, é um presente inesperado: Bonzi nunca havia passado pela primeira rodada em Paris, e agora joga em casa, com o estádio cheio, contra um adversário que pode ser qualquer um dos 32 jogadores do quadro principal. O torneio, que agora tem seu novo palco na La Défense Arena, perde o maior nome da história da prova — mas ganha em imprevisibilidade. Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, os dois maiores favoritos, agora lideram o quadro sem a pressão de enfrentar Djokovic antes da final.

Por que isso importa além do tênis?

Djokovic não é só um jogador. Ele é um símbolo. Em 2025, aos 38 anos, ele se tornou o jogador mais velho da história a chegar às semifinais de um Masters 1000 — e empatou com Federer no recorde de 112 aparições na segunda semana desses torneios. Ele jogou apenas oito eventos fora dos Grand Slams este ano, mas ainda assim chegou às semifinais de todos os quatro majors. Sua persistência desafia o que se acredita ser possível na era moderna do tênis, onde atletas de 30+ costumam se aposentar. Mas agora, o corpo parece estar cobrando seu preço. E o público, que o viu vencer sete vezes em Paris, começa a se perguntar: será que este é o fim da era?

O que vem a seguir?

Na próxima semana, Djokovic deve anunciar oficialmente sua participação ou não em Atenas — um torneio de piso rápido, menos exigente fisicamente, que ele já venceu em 2021. Se ele jogar lá, será um sinal claro de que ainda quer lutar por Turim. Se não jogar, a despedida do ATP Tour pode estar mais próxima do que imaginamos. Enquanto isso, a geração mais jovem — Alcaraz, Sinner, Fritz, Medvedev — já começa a se ver como herdeiros legítimos. Mas sem Djokovic no topo, o tênis perde um pouco da sua alma.

Contexto histórico: Djokovic e Paris

Desde sua primeira vitória em 2009, Djokovic dominou o Paris Masters como poucos. Suas sete conquistas (2009, 2013, 2014, 2015, 2019, 2021, 2023) são o recorde absoluto na prova. Em 2023, venceu na final contra Carlos Alcaraz, em um duelo que muitos chamam de o melhor jogo da temporada. Ele nunca perdeu na primeira rodada em Paris. Nunca. E agora, pela segunda vez consecutiva, ele não estará lá. A mudança do Accor Arena para a La Défense Arena, com sua arquitetura moderna e capacidade de 14.500 espectadores, era para ser uma celebração — mas acabou virando um adeus silencioso.

Frequently Asked Questions

Por que Djokovic não jogou o Paris Masters mesmo estando classificado?

Apesar de estar classificado, Djokovic sofre com uma lesão crônica na anca, agravada após sua retirada no Six Kings Slam e sua derrota em Xangai. Jogar em Paris exigiria dias de treinos intensos e partidas de alta intensidade, o que poderia agravar o problema e comprometer sua possível participação na ATP Finals. A equipe médica aconselhou descanso, e ele optou por priorizar a saúde a longo prazo.

Quem é Benjamin Bonzi e por que ele entrou no quadro?

Benjamin Bonzi, de 27 anos, é o 58º colocado no ranking ATP e um dos principais tenistas franceses. Como substituto direto de Djokovic, ele entrou no quadro principal sem precisar passar pela qualificação — uma oportunidade rara para um jogador fora do top 50. Ele já venceu um título ATP em 2023 e tem bom desempenho em quadras rápidas, o que o torna um candidato surpresa no novo estádio de Paris.

Djokovic ainda pode jogar a ATP Finals em Turim?

Ainda é possível, mas pouco provável. Ele precisa de pelo menos três semanas de recuperação e treinos sem dor para se preparar. A ATP Finals começa em 9 de novembro, e se ele não jogar em Atenas na próxima semana, é sinal claro de que não estará em Turim. Caso desista, será a primeira vez desde 2007 que ele não encerra a temporada entre os oito melhores.

Como a ausência de Djokovic afeta o tênis masculino?

A ausência de Djokovic deixa o quadro mais aberto, mas também tira um dos maiores atrativos comerciais e mediáticos do circuito. Jovens como Alcaraz e Sinner ganham espaço, mas o público global sente falta da rivalidade histórica que ele traz. Sem ele, os torneios perdem um pouco da sua narrativa épica — e a transição de gerações, que já estava em curso, acelera de forma abrupta.

Quantos títulos Djokovic tem na carreira e qual seu recorde atual?

Djokovic tem 100 títulos em carreira, incluindo 24 Grand Slams, 40 Masters 1000 e sete títulos no Paris Masters — o recorde absoluto na prova. Ele também detém o recorde de mais semanas como número 1 do mundo (427) e é o único jogador a vencer todos os Masters 1000 pelo menos duas vezes. Em 2025, ele se tornou o mais velho a chegar às semifinais de um Masters 1000, aos 38 anos.

O que a mudança do Accor Arena para a La Défense Arena significa para o torneio?

A mudança para a La Défense Arena, com sua estrutura moderna e melhor acessibilidade, foi feita para modernizar o torneio e atrair novos públicos. O estádio tem acústica superior e mais espaços para entretenimento, mas perde o charme histórico do Accor Arena, onde Djokovic conquistou quatro de seus títulos. Para muitos fãs, o novo local não tem a mesma alma — e a ausência do maior ídolo da prova torna a transição ainda mais dolorosa.

2 Comentários

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    kang kang

    outubro 29, 2025 AT 04:32
    Djokovic tá no modo legacy agora. Não é fim, é transição. Ele ainda tá lá, mesmo sem jogar. É tipo o Michael Jordan no basquete: mesmo ausente, ele ainda molda o jogo. 🙏
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    Juliana Ju Vilela

    outubro 29, 2025 AT 17:02
    Poxa, que emoção ver ele assim... mas tô torcendo pra ele se curar e voltar forte! A gente ama ele, mas também quer ele saudável 💪❤️

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