Ainda Estou Aqui: Sucesso do Cinema Brasileiro Chega Exclusivamente ao Globoplay

Fenômeno nacional chega ao streaming: 'Ainda Estou Aqui' está no Globoplay

'Ainda Estou Aqui' já entrou para a história do cinema brasileiro antes mesmo da estreia exclusiva no Globoplay, em 6 de abril de 2025. O filme dirigido por Walter Salles conquistou o público nos cinemas, reunindo 5,7 milhões de espectadores e se tornando o sétimo título brasileiro mais assistido desde 2002. Não bastasse isso, subiu ainda mais a régua: faturou o Oscar de Melhor Filme Internacional — um feito inédito para o Brasil.

A produção se destaca não só pelos números impressionantes, mas pelo tema delicado e profundo. Inspirada em fatos reais, a trama acompanha Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres, na luta para lidar com o desaparecimento do marido, Rubens Paiva, ex-deputado cassado e morto pelo regime militar. A história ganha ainda mais força ao ser baseada nas memórias do filho do casal, Marcelo Rubens Paiva. O longa joga luz na resistência silenciosa de tantas famílias que sentiram na pele as consequências do regime de exceção no país.

O elenco é um show à parte: Fernanda Torres, premiada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz pelo papel de Eunice, divide a tela com nomes de peso como Selton Mello, Fernanda Montenegro, Marjorie Estiano e Antônio Saboia. Essas atuações ajudaram o filme a conquistar a crítica internacional, rendendo mais de 35 prêmios ao redor do mundo, além de três indicações ao Oscar — incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional.

Produção internacional, emoção brasileira

'Ainda Estou Aqui' é resultado de uma costura rara: uma coprodução entre Brasil e França que reuniu gigantes como a VideoFilmes, RT Features, Mact Productions, Globoplay e ARTE France. A distribuição dentro do Brasil ficou por conta da Sony Pictures, que viu o filme ultrapassar campeões nacionais de bilheteria lançados nos últimos anos.

Por trás das câmeras, o diretor Walter Salles apostou em um olhar sensível e uma narrativa envolvente. Ele reconstrói um Brasil sombrio, mas coloca o foco na esperança, na força das mulheres e no impacto duradouro das decisões do passado. A escolha de abordar a história da família Paiva acabou reacendendo debates sobre violações aos direitos humanos e sobre os silêncios não resolvidos do período militar.

O roteiro, tomado de detalhes íntimos, não foge de temas espinhosos. A direção de arte mergulha nos anos 1970, remetendo ao clima de tensão que era rotina para muitas famílias. O filme mostra desde os pequenos gestos de resiliência até momentos de pura fragilidade, tornando impossível não se conectar com Eunice e sua trajetória.

Para quem só acompanhou a repercussão do Oscar ou viu notícias sobre o desempenho nas bilheterias, vale dar uma chance ao filme agora disponível no streaming. 'Ainda Estou Aqui' é mais do que uma vitória do cinema nacional; é um mergulho corajoso em uma parte essencial da nossa história — e um lembrete da importância de nunca silenciar o passado.