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Eclipse solar parcial de 21/09/2025: último do ano será visível apenas em regiões remotas do Sul

Eclipse solar parcial de 21/09/2025: último do ano será visível apenas em regiões remotas do Sul
Higor Henrique 0 Comentários 17 novembro 2025

Na tarde de 21 de setembro de 2025, o último eclipse solar do ano ocorrerá — mas quase ninguém no mundo verá. O fenômeno, descrito como um "eclipse profundo" pela Star Walk, terá seu pico às 16h41 (horário de Brasília), com até 80% do Sol coberto pela Lua — mas só em pontos isolados do Hemisfério Sul. Enquanto a Nova Zelândia, a Antártida e ilhas do Pacífico Sul terão uma vista privilegiada, o Brasil só poderá acompanhar por transmissão ao vivo. Mesmo nas pontas mais setentrionais do país, como o Amapá, a cobertura será tão mínima — menos de 1% — que será praticamente invisível a olho nu. A Time and Date fará transmissão gratuita no YouTube, uma salvação para quem não pode viajar até o extremo sul do planeta.

Quem vai ver o eclipse de verdade?

O evento será visível apenas em áreas remotas, quase desabitadas. Os melhores pontos de observação estão concentrados na Nova Zelândia e na Antártida. Em Stewart Island, o eclipse começa às 6h37 (horário local da Nova Zelândia), atinge seu ápice às 7h14 com 73% do Sol encoberto e termina às 8h23. Em Christchurch, a cobertura chega a 69%. Já na Zucchelli Station, na Antártida, o pico é de 72% — o mais intenso de todos os locais monitorados. McMurdo Station registra 69%. Esses dados, compilados pela Time and Date, mostram que mesmo nos melhores lugares, o Sol nunca desaparecerá por completo. É um eclipse parcial — e isso faz toda a diferença.

Por que o Brasil não verá nada?

Aqui, a realidade é decepcionante. O fenômeno será visível no Brasil entre 6h20 e 6h41 da manhã, mas apenas em uma faixa extremamente estreita do norte do Amapá. Mesmo lá, a Lua cobrirá menos de 0,5% do disco solar — menos do que uma nuvem fina. Para efeitos práticos, é como tentar ver uma mosca voando a 10 metros de distância com um binóculo quebrado. O TecMundo confirma que a maioria dos brasileiros nem vai notar. Nenhuma cidade com mais de 10 mil habitantes terá visibilidade significativa. Não é um problema de nuvens ou poluição luminosa — é uma questão de geometria. A sombra da Lua simplesmente não alcança o território nacional.

Quem está realmente no caminho da sombra?

A faixa de visibilidade se estende por uma cinturão estreito no Pacífico Sul. Além da Nova Zelândia e da Antártida, o eclipse será visível em American Samoa, Niue, Norfolk Island, Samoa, Ilhas Salomão, Tokelau e Tonga. Em todos esses lugares, o evento ocorre entre 5h30 e 8h30 da manhã, horário local. Mas aqui está o dado mais curioso: apenas 0,20% da população mundial — cerca de 16 milhões de pessoas — terão alguma chance de ver o eclipse diretamente. E dessas, menos de 45 mil estarão em locais onde a cobertura passa de 90%. O resto verá apenas um leve escurecimento, como se o céu tivesse colocado um filtro de óculos de sol.

Transmissão ao vivo: a única opção para a maioria

Para quem não mora em uma estação científica na Antártida, a Time and Date é a única porta de entrada. O site, referência global em previsões astronômicas, transmitirá o evento ao vivo em seu canal do YouTube, com comentários em inglês e imagens de telescópios de alta resolução. É o que os astrônomos chamam de "eclipse de segunda mão" — mas ainda assim, emocionante. A National Geographic Brasil e o Olhar Digital vão retransmitir o feed, com legendas em português e explicações acessíveis. O que não há é jeito de ver o eclipse com os próprios olhos no Brasil. Nenhuma ótica, nenhum filtro, nenhuma câmera — nada compensa a falta de geometria.

Por que isso importa?

Por que isso importa?

Eclipses solares são eventos raros, mas este é diferente. Ele não é um eclipse total — não escurece o dia, não faz as estrelas aparecerem, não muda a temperatura. Ele é um eclipse de exclusão. Um lembrete de que o universo não gira em torno de nós. Enquanto milhões de pessoas no Brasil esperam por algo grandioso, o fenômeno acontece em um lugar onde não há cidades, nem redes elétricas, nem smartphones. Apenas cientistas, pinguins e ventos gelados. E isso, paradoxalmente, é o que o torna especial. É um convite à humildade. A ciência não se importa com fronteiras — mas a humanidade, sim. E por isso, a transmissão ao vivo não é só uma opção técnica. É um ato de inclusão.

Próximos eclipses no horizonte

Este é o segundo eclipse solar de 2025. O primeiro ocorreu em 29 de março, visível na Europa, Ásia e partes da África. O próximo será em 20 de março de 2026 — um eclipse total que cruzará a Islândia, Groenlândia e partes da Península Ibérica. Para os brasileiros, será um grande evento. Mas até lá, o de 21 de setembro será o único que nos deixará de fora. Um eclipse que não nos toca, mas nos ensina: o céu não espera por ninguém.

Frequently Asked Questions

Por que o eclipse não será visível no Brasil, mesmo sendo no Hemisfério Sul?

O eclipse solar parcial de 21 de setembro de 2025 ocorre em uma faixa estreita que passa sobre o Pacífico Sul, longe do continente sul-americano. Mesmo sendo no mesmo hemisfério, a posição da Lua, da Terra e do Sol alinha-se de forma que a sombra da Lua não atinge o território brasileiro. Apenas uma pequena parte do Amapá terá uma cobertura inferior a 0,5%, praticamente imperceptível.

Qual é a diferença entre eclipse parcial e total?

No eclipse parcial, a Lua cobre apenas parte do Sol — neste caso, até 80% — mas a luz solar continua intensa, sem escurecimento notável. Já no eclipse total, a Lua bloqueia completamente o disco solar por alguns minutos, transformando o dia em noite, permitindo ver a coroa solar e até estrelas. Este evento é apenas parcial — e por isso, não produz os efeitos dramáticos que muitos imaginam.

Quem está realmente no local ideal para ver o eclipse?

Os melhores pontos são Stewart Island (73% de cobertura), Zucchelli Station (72%) e McMurdo Station (69%). Todos estão na Nova Zelândia ou na Antártida, regiões remotas com pouquíssima população. Apenas cerca de 45 mil pessoas estarão em locais com mais de 90% de cobertura — e menos de 16 milhões de pessoas terão alguma visibilidade direta.

É seguro observar o eclipse sem óculos especiais?

Mesmo em eclipses parciais, olhar diretamente para o Sol pode causar danos permanentes à retina. O uso de óculos certificados ISO 12312-2 é obrigatório. No Brasil, onde a cobertura é quase nula, o risco é menor — mas ainda assim, não se deve olhar para o Sol sem proteção. A transmissão ao vivo é a única forma segura e eficaz de observar o evento.

Por que a Time and Date é a fonte mais confiável para esse eclipse?

A Time and Date é uma referência global com dados astronômicos precisos, validados por instituições como a NASA e a ESA. Seus cálculos de trajetória, horários e cobertura são baseados em modelos de órbita de alta precisão, usados por cientistas e agências espaciais. Além disso, a plataforma oferece transmissão ao vivo com múltiplas câmeras, tornando-se a única opção confiável para o público global.

O que acontece após este eclipse em 2025?

O próximo eclipse solar será em 20 de março de 2026, um evento total visível na Islândia, Groenlândia e no norte da Espanha e Portugal. Para os brasileiros, será o primeiro eclipse total acessível em mais de uma década. Antes disso, em 2025, já ocorreu um eclipse em 29 de março — o primeiro do ano — que foi visível na Europa e Ásia. A sequência de eclipses segue um padrão cíclico chamado Saros, com eventos ocorrendo a cada 18 anos e 11 dias.