CBF aprova mudanças para a Série B 2025: bolas múltiplas, protocolo anti‑racismo e nova disputa regional
Novas regras e inovações para a Série B 2025
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) acabou de divulgar um conjunto de mudanças que devem transformar a forma como a Série B 2025 será disputada. O Conselho Técnico da entidade aprovou as alterações durante uma reunião produtiva com representantes dos clubes, garantindo que todos os detalhes foram analisados antes do início da temporada, que está marcada para 5 de abril e vai até 22 de novembro.
Um dos principais destaques é a introdução do sistema de múltiplas bolas, modelo já utilizado na Premier League inglesa. Em vez de depender exclusivamente dos auxiliares de bola, o campo passará a ter 15 bolas posicionadas em cones ao redor da área de jogo. Quando a bola sai de play, os próprios atletas podem buscá‑la rapidamente, enquanto os auxiliares ficam responsáveis apenas por repor as bolas nos cones. A ideia, segundo a CBF, é reduzir o tempo de inatividade e garantir que o relógio corra mais tempo efetivo de partida.
Além da inovação logística, a competição adotará o protocolo anti‑racista da FIFA. A medida traz um gesto global: jogadores, árbitros e membros da comissão técnica poderão cruzar os braços formando um X para sinalizar que presenciaram ou foram alvo de comportamento racista. Ao acionar o gesto, a arbitragem interrompe a partida e inicia a investigação. Caso haja comprovação, o clube responsável pode perder pontos, conforme o regulamento geral da competição.
Sobre o elenco das equipes, a nova cartilha estabelece prazos claros. Até 30 de março, cada clube deve registrar no mínimo 30 atletas. O número máximo permitido sobe para 50 jogadores, mas só poderá ser completado até 12 de setembro. Quanto às substituições, os times poderão efetuar até oito trocas por partida, com a data limite de 19 de setembro para usar todas as possibilidades.
Impactos regionais, rivalidades e a disputa pelo acesso
A distribuição geográfica dos 20 participantes também chama atenção. As regiões Sul e Sudeste lideram com seis clubes cada, seguidas pela Centro‑Oeste, que traz quatro representantes. O Norte volta à Série B com três equipes depois de quase duas décadas, enquanto o Nordeste tem apenas o CRB, seu menor número histórico na competição.
Essas mudanças de presença regional abrem espaço para clássicos que não eram vistos na segunda divisão há anos. O duelo "Atletiba" — Athletico Paranaense contra Coritiba — retorna ao torneio após 28 temporadas. Outro encontro aguardado é o "Re‑Pa", entre Remo e Paysandu, que volta ao segundo nível depois de 18 anos. Em Goiânia, os três clubes principais (Goiás, Vila Nova e Atlético Goianiense) se enfrentarão pela primeira vez desde 2018, garantindo partidas de alta tensão para os torcedores locais.
Além dos confrontos tradicionais, a competição terá um debutante: o Athletic, que chega pela primeira vez à Série B. Essa novidade traz frescor ao calendário e aumenta a imprevisibilidade dos resultados.
O objetivo final permanece fiel ao formato já conhecido: os quatro primeiros colocados asseguram acesso à Série A 2026, enquanto os quatro últimos serão rebaixados para a Série C 2026. Essa dinâmica de promoção e rebaixamento garante que cada rodada tenha peso significativo, principalmente nas fases finais, onde a luta pelo “ganhar‑ou‑perder” se intensifica.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, expressou entusiasmo com o pacote de mudanças, destacando que a reunião contou com a participação ativa dos clubes e que as novas regras foram pensadas para melhorar a experiência dos atletas e do público. "Estamos confiantes de que a Série B 2025 será marcada por mais ritmo, menos interrupções e um compromisso ainda maior com o respeito dentro de campo", afirmou.
